quinta-feira, março 24, 2011

Já basta mais dos mesmos!

Boa, noite

Hoje, até me apetece opinar.

Não é nada de grave, nem vai morrer ninguém por haver eleições, o mal está feito.

Sou, tendencialmente, social-democrata e, como homem de recursos humanos há mais de 20 anos, sou um fervoroso defensor da meritocracia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Meritocracia). Admito-me culpado por ter votado José Sócrates na sua 1.ª candidatura, erro que não cometi na sua segunda, optando por votar na oposição (Bloco de Esquerda), eu que, tendencialmente, me revejo nos ideais da social-democracia (por favor não confundir com o PSD desde os anos 90).

A crise é parte do problema, mas a maior quota-parte é do nosso desgoverno como povo e sociedade, da nossa memória muito curta, da nossa fraca cidadania; nós olhámos com orgulho os "Isaltinos Morais" e "Fátimas Felgueiras" do nosso país, perdemo-nos de amores pelos "Hortas e Costa" que desbaratam o que é nosso (povo) em troca de uns milhões na hora. Em vez de gritarmos alto "Peço Justiça!.", dizemos " Para quê, não vai dar em nada...". Estamos amorfos.

Nesta nossa apatia deixámos os nossos governantes em perfeita roda livre. O mal está feito e nada tem a ver o facto do PS ter governado o país 12,5 anos nos últimos 15; o próprio José Sócrates tem 12 anos de carreira politica oficial, 6 como ministro e 6 como primeiro-ministro.

O problema não está só aí, o problema está também no desgoverno político do país real.

O problema está na alienação, por negociatas de compadrio, das antigas empresas que actualmente têm inúmeros gestores pagos a peso d'ouro para não gerir, mas unicamente criar lucros fabulosos, esmagando a sociedade.

O problema está na sociedade amorfa que se esquece que foi com os seus impostos que se rasgou e esventrou o país com as linhas telefónicas (PT), linhas de alta, média e baixa tensão (REN), com estradas e algumas auto-estradas (Ex-Brisa), que se criaram barragens e afins (EDP), ou que se criou a Petrogal. A Sociedade esquece que o que todos pagámos é agora propriedade de alguns.

O problema está nestas negociatas como, por exemplo, nas SCUTS, no Terminal de Alcântara, com o ex-ministro Jorge Coelho agora da Mota-Engil; esta sociedade amorfa paga e, se não der o lucro estipulado por contrato, o estado põe o resto.

O problema está nos políticos antes da carreira política, os ditos "boys" (como o foi, 10 ou 12 anos, o próprio José Sócrates, bem como Pedro Silva Pereira, António Costa, António José Seguro e muitos outros, os quais, são "boys" por "confiança política" em vez de pelas aptidões para a realização do carreirismo político), no sustento na nossa "elite" política governante, e na "elite" política cessante.

Para sustentar estas três fases da metamorfose política, e porque nada criaram antes da dita carreira, desenvolve-se uma máquina que gera, a um ritmo fecundo, todo um tipo de mecanismos, organismos e institutos e ministérios.
Emperra-se a máquina e cria-se uma cultura de desculpabilização e impunidade total.

Meus caros, o actual PSD está na máquina do estado numa quase igualdade com o PS. Não é solução, mas sim parte do problema. O mesmo quase que se pode dizer do CDS, embora numa escala muito pequena, (Mexias (EDP), Celestes Cardonas (CGD)). Tem-se ouvido tanta aleivosidade de muitos comentadores, a dizer que "Não, não se resolve o problema por aí".

Não é sem conta que se ouve " Nem vou votar, para quê?". Crie-se o dever de cidadania! Não sabendo esta sociedade usar a única arma que tem, que é o poder de eleger ou recusar com o voto, obrigue-se a votar através de penalizações, que os meus amigos verão a criação natural da massa critica necessária para ouvirem com certeza o grito "Já basta mais dos mesmos!", ouvirem finalmente "Peço justiça!" e, assim, creio que veremos uma luz ao fundo do túnel




Aquele abraço,

Pedro Vouga

Sem comentários: